Soro antiofídico: o produto que há mais de 120 anos salva milhares de vidas no país

No ano de 2021 comemorou-se os 120 anos da entrega do primeiro soro antiofídico no Brasil pelo Instituto Butantan [1]. Esse soro trata-se de uma terapia capaz de neutralizar o veneno de serpentes após sua picada, e desde sua descoberta vem sendo responsável por salvar inúmeras vidas no Brasil e no mundo. 

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A produção de um soro antiofídico é realizada em etapas (Figura 1) [2]. Primeiramente obtém-se uma amostra do veneno de uma espécie de serpente contra o qual deseja-se que o soro atue. Posteriormente,  uma pequena quantia do veneno é aplicada em um animal de grande porte, como o cavalo. Esse animal irá então iniciar a produção de proteínas de defesa, denominadas anticorpos, capazes de não permitir as ações danosas do veneno no organismo. Uma amostra de sangue do animal é então retirada, e dela é obtida uma porção, o soro, contendo os anticorpos produzidos. Estes são então utilizados como neutralizadores do veneno da serpente em indivíduos por elas atacados. 

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Figura 1: Etapas da produção do soro antiofídico

Fonte: dos autores

Os benefícios trazidos pelo soro antiofídico são inúmeros. O uso desse neutralizador reduz a morbidade e a mortalidade relacionadas à picada de serpentes venenosas. Em adição, esses soros são capazes de reduzir a ocorrência de sequelas graves, como amputação de membros, patologias cardíacas e renais. 

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O desenvolvimento desse tratamento iniciou-se em 1890 com o estudo da difteria e do tétano por Emil Adolf Von Behring e Kitasato Shibasaburo. Esses pesquisadores descobriram que, ao infectar animais com os agentes causadores das doenças estudadas e posteriormente obter uma amostra do sangue destes, seria possível utilizá-la para propriedades curativas. 

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