Em foco:
LNLS
Fernanda Maria Policarpo Tonelli¹, Flávia Cristina Policarpo Tonelli²
¹Editora chefe do "À Luz da Ciência" e orientadora da LAstro (UFSJ)
²Doutoranda em Biotecnologia (UFSJ)
v.1, n.2, 2023
Outubro de 2023
Na edição anterior do “À Luz da Ciência” o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) foi destacado. Na presente edição, um dos laboratórios nacionais que integram este centro receberá atenção: o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS).
Localizado nas dependências do CNPEM, em Campinas-SP, o LNLS foi criado em 1984. Possui infraestrutura que pode ser utilizada por cientistas brasileiros e estrangeiros que necessitem para suas pesquisas de fazer uso de algumas das estações experimentais que se encontram disponíveis neste Laboratório.
A luz visível é um tipo de radiação eletromagnética cujo comprimento de onda estende-se de 400 a 700 nm. No entanto, há também luzes que nós humanos não conseguimos enxergar, com outros comprimentos de onda fora da faixa do visível como a das regiões do infravermelho (IR) e do ultravioleta (UV) (Figura 1).
Figura 1: Espectro da radiação eletromagnética com destaque para a região da luz visível.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EM_spectrum_pt.svg
Luz sincrotron é o termo utilizado para fazer referência à radiação eletromagnética de amplo espectro, ou seja, que envolve desde o infravermelho até os raios X, produzindo luz de brilho intenso. Assim sendo, permite que investigações sobre diferentes materiais e sua constituição e também sobre processos e sua evolução com o passar do tempo, visto que coloca à disposição dos pesquisadores ampla gama de comprimentos de onda. Os experimentos podem ser realizados em diferentes condições de temperatura, pressão, composição atmosférica e na presença ou ausência de campos elétricos e magnéticos, o que oferta grande variedade de possibilidades de aplicações.
No LNLS localiza-se o Sirius, conhecido mundialmente por ser uma importante e tecnológica fonte de luz síncrotron. Permite a realização de pesquisas em diferentes áreas como desenvolvimento de novos medicamentos e fontes renováveis de energia.
A primeira fonte de luz síncrotron do Hemisfério Sul (a UVX) operava no LNLS de 1997 a 2019. Enquanto esta ainda estava em operação, em 2012, o primeiro projeto do Sirius foi apresentado a cientistas brasileiros e estrangeiros, que recomendaram alterações para um projeto mais tecnológico e que gerasse uma luz síncrotron mais brilhante de geração superior (para permitir um maior número de aplicações desejáveis pelos pesquisadores de todo o mundo).
Em 2018 as obras civis foram finalizadas e os equipamentos começaram a ser instalados no Sirius. Seguiram-se fazes de teste até que em 2020 os cientistas já pudessem iniciar a realização de experimentos na primeira estação a entrar em funcionamento com uma linha de luz chamada Manacá.
As linhas de luz do Sirius são nomeadas para homenagear espécies da fauna e da flora brasileiras. Seis destas linhas já estão abertas para serem utilizadas pelos usuários dos institutos de pesquisa e indústrias: Carnaúba, Cateretê, Ema, Imbuia, Ipê, Manacá.