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Entrevista:
Gabriela Nestal de Moraes

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GABRIELA NESTAL DE MORAES

Graduada em Ciências Biológicas Modalidade Médica (UFRJ), com Mestrado e Doutorado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), Pós-doutorado no Imperial College London e atuação como Pesquisadora Visitante (INCA). É vice-chefe do Programa de Oncobiologia, Jovem Cientista do Nosso Estado FAPERJ e Pesquisadora CNPq. Atualmente, é Professora da UFRJ, estudando a resistência a fármacos no câncer.

Por Fernanda Maria Policarpo Tonelli¹

¹Editora chefe do "À Luz da Ciência" e orientadora da LAstro (UFSJ)

v.1, n.3, 2023
Novembro de 2023

Gabriela Nestal de Moraes é uma jovem pesquisadora brasileira que merece destaque por sua atuação na área de oncologia. Percebeu possuir interesse pela ciência ainda no Ensino Médio, no primeiro contato com os Laboratórios de Ciências (Física, Química e Biologia). No ambiente de laboratório sentia-se estimulada e envolvida pelas práticas e resultados das experiências. Por incentivo de um professor, participou do Programa de Extensão “Aprendendo a gostar de Química Orgânica” da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), caminhando os primeiros passos de sua carreira.

Apesar de identificar-se claramente com disciplinas como Física, Química e Biologia, também gostava de Matemática, Português e Inglês, o que dificultou um pouco a escolha do curso superior no qual ingressaria. Com o auxílio de teste vocacional, optou pela área de Ciências Biológicas e da Saúde, ingressando no curso de Biomedicina (Ciências Biológicas – Modalidade Médica) na UFRJ.

 

Durante o curso de graduação realizou estágios em laboratórios, com destaque para o estágio no Laboratório de Hemato-Oncologia Celular e Molecular do Instituto Nacional de Câncer (INCA) no segundo ano de seus estudos. Esta oportunidade fez com que Gabriela se apaixonasse pela rotina do laboratório e pela linha de pesquisa à qual se dedicava o grupo de pesquisadores. Nestal considera este período determinante no direcionamento de sua carreira acadêmica: “me deu a certeza de que o teste vocacional não havia falhado”.

 

A área da Oncologia já chamava a atenção da pesquisadora devido a um histórico de câncer na família. Porém, o estágio despertou ainda mais o interesse pela biologia do câncer, em especial o estudo da resistência a fármacos (tema central das linhas de pesquisa que vem desenvolvendo até hoje); “a oportunidade de estudar algo que permeia tanto a minha vida pessoal acabou se tornando um desafio e uma motivação profissional”.

 

A cientista reconhece que são muitos os desafios de trabalhar-se com pesquisa no Brasil, e destaca as restrições orçamentárias para o desenvolvimento dos projetos de pesquisa. “Além dos altos impostos e dos elevados prazos e taxas de importação para entrega de reagentes, ainda enfrentamos cortes sucessivos de verbas para a pesquisa e a para a universidade nos últimos anos, que impedem com que os projetos avancem em tempos competitivos internacionalmente. Ainda enfrentamos com a escassez de recursos para manutenção de equipamentos nos laboratórios e para custeio de publicação dos nossos estudos em revistas relevantes”.

 

Porém, afirma que sua principal motivação em permanecer no país é “a oportunidade de fazer a diferença”: “saber que eu estou contribuindo para melhorar o conhecimento e avançar com o Ensino e a Pesquisa no meu país é algo que me estimula a ir adiante, mesmo frente às adversidades”.

 

Construindo uma carreira brilhante na ciência, Gabriela deixa um recado para quem deseja seguir a carreira científica: “acredito que duas características importantes para seguir na carreira científica sejam a paixão e a persistência. Como são muitos desafios, a paixão e a certeza da vocação, bem como a capacidade de persistir, auxiliam muito a enfrentar as adversidades no dia-a-dia. Acho também importante lembrar que o caminho é bastante longo, com várias etapas de formação (desde a iniciação científica até o pós-doutorado), de forma que o primeiro emprego formal pode chegar em um momento mais tardio na carreira. Aproveitar o processo é fundamental! Por fim, acho válido ressaltar que fazer ciência e contribuir para o conhecimento e para a formação de novos profissionais não somente é muito importante para a sociedade, mas principalmente é extremamente gratificante e estimulante do ponto de vista pessoal e profissional”.

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