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FUNED

A Fundação Ezequiel Dias (FUNED) atua há mais de 100 anos com o objetivo de desenvolver a saúde pública nacional. Sua inauguração ocorreu em 1907, com a abertura de uma filial do Instituto Manguinhos (atual Fiocruz) em Belo Horizonte, representando o primeiro centro de desenvolvimento em pesquisa e ensino em saúde da capital mineira. O nome da instituição homenageia um de seus fundadores,  Ezequiel Dias, um brilhante médico brasileiro. Dentre seus vários trabalhos, destaca-se a coordenação da FUNED em seus primeiros anos de existência, com a produção de vacinas para diversas moléstias que assolavam o Brasil à época [1]. 

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Desde a sua origem, várias são suas áreas de atuação, como promover a vigilância em saúde no estado de Minas Gerais e fomentar o desenvolvimento de Pesquisa, Ensino e Inovação. Atualmente, ela é reconhecida como um importante Instituto de Ciência e Tecnologia, com mais de 20 patentes registradas e como uma instituição que se empenha  na criação de bioprodutos para a melhoria da saúde humana [2]. A FUNED conta com um parque industrial amplo, possuindo serpentário, laboratório de desenvolvimento de medicamentos, serviço de farmacovigilância, fazenda experimental, biotério e estrutura para produção de soros e medicamentos.

Em relação à atuação em escala industrial, a FUNED destaca-se pela produção exclusiva de alguns medicamentos, como a Talidomida, fármaco utilizado para o tratamento de hanseníase. Produz também a vacina contra meningite C, fornecendo mais de 73 milhões de doses para serem distribuídas em todo o território nacional pelo Ministério da Saúde. A fabricação de antirretrovirais para o tratamento da AIDS também merece ênfase, com mais de 20 milhões de comprimidos produzidos pela FUNED [3].

Outra função importante exercida pela Fundação é a de vigilância em saúde, atividade de responsabilidade do Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN). O LACEN está inserido dentro do Instituto Octávio Magalhães (IOM), que por sua vez faz parte da FUNED desde seu início. O IOM é composto por 42 laboratórios, responsáveis pela realização de exames para as vigilâncias epidemiológica, sanitária, ambiental e saúde do trabalhador, sendo realizados mais de meio milhão de exames todos os anos. A atuação da IOM possui relevância internacional, pois realiza-se a vigilância de doenças de interesse global, como a cólera, além de ser referência no diagnóstico de Doença de Chagas e de leishmaniose [4]. 

O serpentário é uma estrutura da FUNED que tem como objetivo receber, estudar, pesquisar e criar serpentes, escorpiões e aranhas para diferentes fins, como: produção de soros antiofídicos para fornecimento a hospitais e distribuição de venenos para estudos científicos. Ademais, esse serviço contribui para a divulgação do conhecimento científico relacionado aos animais peçonhentos, realiza atendimento presencial e por e-mail à população, além de ministrar palestras para estudantes e abrir parte do ambiente para visitação do público [5].

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A FUNED possui laboratório de desenvolvimento de medicamentos muito bem equipado e de alta tecnologia, estando, portanto, habilitada a executar projetos de desenvolvimento de medicamentos sintéticos e biológicos. Cabe destacar que a instituição realiza algumas parcerias para desenvolvimento produtivo (PDP), com a finalidade de dialogar com outros laboratórios públicos ou privados para ampliar a produção de medicamentos e insumos [3]. Além disso, a Fundação Ezequiel Dias possui um serviço de farmacovigilância, com o intuito de identificar, avaliar, compreender e prevenir efeitos adversos ou quaisquer problemas relacionados ao uso de medicamentos [6]. 

A FUNED (Figura 1) é proprietária da Fazenda Experimental São Judas Tadeu, onde são criados alguns animais, sobretudo cavalos, indispensáveis ao processo de produção dos soros, uma vez que a partir deles é extraído o plasma hiperimune (sugestão de leitura: https://www.aluzdaciencia.com/soro-antiof%C3%ADdico). A qualidade dessa substância é testada em camundongos próprios para pesquisas científicas em um outro local, o biotério. Dessa forma, a partir do plasma hiperimune extraído dos cavalos e testado nos camundongos são produzidos os soros antipeçonha, distribuídos para os hospitais públicos de Minas Gerais. Atualmente, são produzidos o soro antibotrópico (contra o veneno da jararaca), o soro antibotrópico e anticrotálico (contra o veneno da jararaca e contra a cascavel), o soro antibotrópico e antilaquético (contra o veneno da jararaca e da surucucu), o soro anticrotálico (contra o veneno da cascavel), o soro antilapídico (contra o veneno das corais verdadeiras), o soro antiescorpiônico (contra o veneno de escorpiões), o soro antirrábico (contra a raiva) e o soro antitetânico (contra o tétano) [7].

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