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O início da era atômica

Antonio Lucas Oscar da Penha de Mattos¹, Bruna Pires Rodrigues¹, Carolina Souza Rabelo Ferreira¹, Filipe Henrique Souza², Higor Tavares Guimarães³, Isabele Rumblesperger Gomes¹, Mitzy Stephanny Machado, Pedro Henrique de Castro Silva

¹Graduandos do curso de Enfermagem (UFSJ-CCO)

²Graduando do curso de Medicina (UFSJ-CCO)

³Graduando do curso de Bioquímica (UFSJ-CCO)

  ⁴Graduandos do curso de Farmácia (UFSJ-CCO)

v.1, n.3, 2023
Novembro de 2023

Em 1938, o físico Otto Hahn em parceria com Fritz Strassmann e Lise Meitner, realizou uma descoberta que mudou o rumo da humanidade: a fissão nuclear [1,2]. No cenário mundial, surgiam sinais de um possível início de guerra e a possibilidade de criação de uma bomba nuclear foi de interesse tanto para os Estados Unidos, quanto para a Alemanha. A partir disso, em 1942, após três anos do início da segunda guerra mundial, os EUA elaboraram o projeto Manhattan, que teve como diretor o “Dito prometeu americano”, Robert Oppenheimer. O projeto tinha como objetivo, com auxílio do Canadá e da Grã-Bretanha, fabricar secretamente uma  bomba nuclear [3].

Átomos são as unidades básicas que formam os elementos químicos apresentados na tabela periódica. No entanto, existem partículas ainda menores que formam estes átomos. Dentre elas pode-se destacar o nêutron: uma partícula subatômica que não tem carga elétrica e que localiza-se no núcleo (região central) do átomo [4].

 

O funcionamento da bomba consiste em adicionar mais um nêutron ao núcleo de um átomo constituinte da bomba (que comumente é o urânio), o que o tira de seu estado de equilíbrio e faz com que seu núcleo se parta. É justamente a energia gerada nessa partição (fissão) que causa a explosão, explicando o nome “bomba nuclear”. Durante essa quebra, além da liberação de energia, nêutrons também se soltam, o que gera outras partições em outros átomos constituintes da bomba, numa reação em cadeia [1].

 

Esta reação em cadeia, desde a segunda guerra mundial, causa uma grande preocupação entre os cientistas. Isso porque não é possível afirmar com 100% de certeza quando essa reação vai cessar depois de iniciada e há um risco de causar uma explosão tão grande que acabe ateando fogo na nossa atmosfera com consequências altamente prejudiciais a todos os seres vivos [5]. 

Apesar das preocupações, após três anos de trabalho do projeto Manhattan, o primeiro teste foi realizado no deserto de Los Alamos no estado do Novo México nos Estados Unidos e batizado de experiência Trinity. Para esse teste, ao invés de átomos de urânio constituindo a bomba, utilizaram o elemento químico plutônio. Obtiveram como resultado uma explosão equivalente a 20 quilotons de TNT (ou seja, 20 milhões de quilos de dinamite) [5].

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Figura 1: Bombardeio em Hiroshima e Nagasaki.

Fonte: Wikipédia.

Com o sucesso da experiência Trinity, as bombas Little Boy - feita de Urânio-235 e Fat Man - composta de Plutônio-239, foram lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki (Figura 1) e causaram a morte estimada de 210 mil habitantes, ocasionando a rendição do Japão e o fim da segunda guerra mundial [6].

Vale ressaltar que além da morte imediata decorrente da onda de calor  e de choque,  a explosão da  bomba        

nuclear causa também uma forte liberação de radiação, o que traz efeitos tardios nocivos aos sobreviventes. A radiação causa uma mutação (alteração) no DNA e muitas vezes ocasiona como consequência doenças graves como a leucemia (um tipo de câncer). Por exemplo, o aumento na incidência desse câncer em Hiroshima e Nagasaki foi percebido dois anos após a explosão e chegou ao seu pico depois de seis anos [7].

Ao ver o impacto que a arma nuclear causa, Robert Oppenheimer, que posteriormente ficou conhecido como o “pai” da bomba atômica, começou a discursar contra o uso dessa tecnologia para fins de guerra e enfatizou os perigos associados (inclusive os sociais e psicológicos)[5]. 

Atualmente, nove países são detentores destas ogivas nucleares, sendo eles China, França, Reino Unido, Índia, Israel, Rússia, Estados Unidos, Paquistão e Coreia do Norte e, apesar de inúmeros conflitos vivenciados por essas potências desde então, 9 de Agosto de 1945 foi o último uso de uma bomba atômica [8]. 

Referências Bibliográficas

[1] Goldemberg J. Fissão Nuclear. Disponível através link: http://repositorio.ipen.br/bitstream/handle/123456789/24393/00085.pdf?sequence=. Acesso em: 03 nov. 2023.

[2] Sciulo MM. Conheça Lise Meitner, a cientista que explicou a fissão nuclear. Disponível através do link: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/02/conheca-lise-meitner-cientista-que-explicou-fissao-nuclear.html. Acesso em: 03 nov. 2023.

[3] Merçon F, Quadrat SV. Radioatividade e História do Tempo Presente. Disponível através do link: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc19/a08.pdf. Acesso em: 03 nov. 2023.

[4] Novais SA. Nêutrons. Disponível através do link: https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/neutrons.htm. Acesso em: 03 nov. 2023.

[5] Linner R. American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer (Bird, K. and Sherwin, M.J.; 2005) [Book Review]. Disponível através do link: https://ieeexplore.ieee.org/document/4135778. Acesso em: 03 nov. 2023. 

‌[6] U.S. Department of Energy. The Trinity Test. Disponível através do link: https://www.osti.gov/opennet/manhattan-project-history/Events/1945/trinity.htm. Acesso em: 03 nov. 2023.

[7] Emico O. As bombas atômicas podem dizimar a humanidade - Hiroshima e Nagasaki, há 70 anos. Disponível através do link: https://www.scielo.br/j/ea/a/9s86bRNRXrHyRTj8xzx4pZh/abstract/?lang=pt#. Acesso em: 03 nov. 2023.

[8] Duarte M. Rússia, EUA, China, Coreia do Norte: qual país tem mais armas nucleares?. Disponível através do link: https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2022/02/09/qual-pais-tem-mais-armas-nuclearea.htm. Acesso em: 03 nov. 2023. 

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