
Outubro Rosa: a história por trás dessa campanha
Flávia Cristina Policarpo Tonelli, Isabela Maia Pereira
Pós-graduandas do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (UFSJ-CCO)
v.3, n.2, 2025
Fevereiro de 2025
O mês de outubro passou a ser popularmente conhecido como o mês da luta contra o câncer de mama. Entretanto muitas pessoas ainda desconhecem a origem e importância do movimento que representa esta luta. Tudo se deu início na década de 70, quando Susan Goodman Komen foi diagnosticada com câncer de mama aos 33 anos de idade. Após quase três anos da doença, Susan acabou falecendo e, em sua homenagem, sua irmã, Nancy Goodman Brinker, criou a Fundação Susan G. Komen for The Cure [1].
Naquela época, meados dos anos 80, as mulheres viviam em uma sociedade ainda mais repleta de preconceitos e tabus, na qual até mesmo a palavra “seio” era evitada pelos meios de comunicação. Isto dificultava bastante a disseminação e a valorização de informações associadas a tal assunto. Além disso, o câncer de mama já possuía uma alta taxa de mortalidade, sendo responsável pela morte de várias mulheres em todo o mundo. Por esta razão a Fundação passou a ser uma aliada da sociedade na busca pela prevenção, diagnóstico, tratamento e cura da doença. Muitas cidades dos Estados Unidos começaram a se interessar pela causa, o que fez com que o poder público aumentasse os estudos sobre a doença [1].
A campanha ganhou maior visibilidade em outubro de 1990, em um evento chamado “Corrida pela Cura”, que aconteceu na cidade de Nova York. Este havia o intuito de arrecadar fundos para a pesquisa realizada pela Fundação Susan G. Komen. Durante o evento foram entregues aos participantes laços cor-de-rosa, a fim de homenagear a cor favorita de Susan. Obtiveram tanto sucesso que, além do surgimento de um novo símbolo, o mês de outubro passou a ser carinhosamente conhecido como Outubro Rosa [2].
Entretanto, no Brasil, o Outubro Rosa foi adotado apenas no ano de 2002, através de uma iniciativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) em parceria com a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA). Todos os anos são promovidas campanhas de conscientização, incluindo palestras, exames gratuitos e iluminação de edificações com a cor rosa (Figura 1). De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2020, o número de mamografias (um tipo específico de exame de imagem capaz de identificar alterações nas mamas incluindo as causadas pelo câncer) realizadas no país aumentou em 37%, o que indica um resultado positivo das campanhas de conscientização [3, 4].
O câncer de mama é o tipo de tumor mais encontrado em mulheres em todo o mundo e o segundo mais frequente no Brasil, equivalendo a 28% dos novos casos. É uma importante causa da mortalidade feminina. Isso se dá, principalmente, pela falta de informação e pelo diagnóstico tardio. Por isso é um tipo de doença que merece mais atenção. Apesar do alto índice, é um tipo de câncer que pode ser detectado em estágio inicial, o que, em sua grande maioria, aumenta as chances de tratamento e cura [4,5]. Atualmente, a recomendação no Brasil, atualizada em 2015, é que a mamografia seja ofertada como exame de rotina para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. Visto que é uma faixa etária mais tardia, é importante que as mulheres fiquem atentas a qualquer tipo de alteração nas mamas, para que possam buscar um diagnóstico precoce e seguro. Os principais sinais e sintomas suspeitos são: caroço geralmente endurecido, fixo (que não se mexe) e sem dor; pele da mama avermelhada ou parecida com a casca de uma laranja; alterações no bico do peito (mamilo); saída espontânea de líquido de um dos mamilos; e também podem aparecer pequenos caroços no pescoço ou embaixo dos braços (axilas) [6-8].

Figura 1: Campanha Outubro Rosa 2020.
Fonte: Jefferson Rudy/Agência Senado.
A orientação é que seja feito um autoexame chamado autopalpação das mamas, que pode ser feito de maneira simples, em qualquer situação do dia (durante o banho, uma troca de roupa ou quando a mulher se sentir confortável). Caso seja encontrado qualquer sinal estranho, é indispensável que a mulher busque uma unidade de saúde mais próxima para que possa ser encaminhada para uma investigação segura [6].
Referências Bibliográficas
[1] TJES – A Origem do Outubro Rosa. Disponível através do link: https://www.tjes.jus.br/a-origem-do-outubro-rosa/. Acesso em: 05 fev. 2025.
[2] PEBMED – A história por trás do Outubro Rosa. Disponível através do link: https://pebmed.com.br/a-historia-por-tras-do-outubro-rosa/. Acesso em: 05 fev. 2025.
[3] IBCMED – Outubro Rosa: Conheça a história e a origem da campanha. Disponível através do link: https://ibcmed.com/outubro-rosa-conheca-a-historia-e-origem-da-campanha/. Acesso em: 05 fev. 2025.
[4] TJRJ - Outubro Rosa: um pouco sobre a história e a importância da campanha que luta contra o câncer de mama. Disponível através do link: https://www.tjrj.jus.br/web/portal-conhecimento/noticias/noticia/-/visualizar-conteudo/5736540/128885004. Acesso em: 05 fev. 2025.
[5] Santa Casa de Maringá – Outubro Rosa: O que é, como surgiu e por que é tão importante? Disponível através do link: https://www.santacasamaringa.com.br/noticia/328/outubro-rosa-o-que-e-como-surgiu-e por-que-e-tao-importante. Acesso em: 05 fev. 2025.
[6] TJDFT – Outubro Rosa alerta sobre prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. Disponível através do link: https://www.tjdft.jus.br/informacoes/programas-projetos-e-acoes/pro-vida/dicas-de-saude/pilulas-de-saude/outubro-rosa-alerta-sobre-prevencao-e-diagnostico-precoce-do-cancer-de-mama. Acesso em: 05 fev. 2025.
[7] INCA – Mamografia no SUS. Disponível através do link: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-de-mama/dados-e-numeros/mamografias-no-sus#:~:text=Segundo%20as%20Diretrizes%20para%20a,vez%20a%20cada%20dois%2%200anos. Acesso em: 05 fev. 2025.
[8] INCA – Outubro Rosa 2022. Disponível através do link: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/campanhas/2022/outubro-rosa. Acesso em: 05 fev. 2025.