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Entrevista:
Tufi Neder Neto

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TUFI NEDER NETO

Graduado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e em Administração de Empresas com Ênfase em Comércio Exterior pela Faculdade de Ciências Gerenciais UNA, com mestrado e doutorado em Linguística Aplicada pela UFMG. Atualmente é professor adjunto do curso de Licenciatura em Letras na Universidade Federal de Lavras (UFLA). Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Ensino de Língua Estrangeira, atuando principalmente nos seguintes temas: metacognição, autonomia, aprendizagem auto-regulada, avaliação formativa e pronúncia.

Giovanna Caixeta de Lima, Júlia Maffra Neder

Graduandas do curso de Medicina (UFSJ-CCO)

v.2, n.8, 2024
Agosto de 2024

Quando percebeu que possuía interesse por ciência?

Quando eu comecei a trabalhar como professor, percebi algumas questões relativas ao processo de ensino e aprendizagem, algumas questões que me incomodaram, como a avaliação somativa, na qual os professores apenas avaliam o aluno por meio de uma nota, sem um retorno ao discente sobre os pontos fortes e fracos daquele trabalho. Na verdade, então, meu interesse pela ciência nasceu de uma percepção de uma situação insatisfatória que acontece na sala de aula.

 

Teve dúvidas ao realizar a escolha do curso de graduação?

De certa forma sim. Minha primeira escolha para graduação foi Engenharia Química na Universidade Federal de Minas Gerais. Depois disso, eu percebi o excesso de matemática do curso (risos) e a discrepância entre o conteúdo que eu havia tido na escola, e resolvi trocar para Letras, curso no qual eu me encontrei. A escolha por esse segundo curso de graduação veio de um interesse por aprender outras línguas que eu possuía desde pequeno.

 

O que considera ter sido decisivo em sua escolha por seguir a carreira científica?

Vontade de descobrir novas alternativas para o ensino-aprendizagem e para avaliação em si. Então, basicamente, o desejo de aprender e propor alternativas foi o meu impulso para seguir a carreira científica.

 

Por qual razão optou por dedicar-se à área de estudo na qual realiza suas pesquisas?

Volto na mesma linha de resposta, foi justamente a percepção de problemas na realidade escolar, tanto em nível de ensino fundamental e médio, quanto em nível superior, principalmente no que diz respeito à avaliação.

 

Qual a principal motivação para seguir trabalhando com ciência no Brasil?

Ajudar a desenvolver o processo educativo brasileiro. Reconheço a existência de diversas falhas passíveis de soluções. O Brasil é um país que tem um sistema educacional bastante deficiente de maneira geral, então o que me motiva é justamente ajudar nesse processo.

 

Qual a principal dificuldade que enfrenta trabalhando com ciência no Brasil?

A área de educação, de uma maneira geral, é relegada a segundo plano no país, o que se reflete nas pesquisas relacionadas ao tema, visto que há uma grande falta de interesse governamental no que diz respeito ao financiamento e aos recursos. Nós, da educação, por vezes competimos com outras áreas que são privilegiadas nesse sentido, já que nós temos um número menor de bolsas aos pesquisadores e aos orientandos, o que acaba sendo um desestímulo.

 

O que gostaria de dizer para quem deseja seguir a carreira científica?

Ter uma percepção social da relevância da sua pesquisa, de que maneira você consegue ajudar a sociedade com seus estudos. Então eu acho que a ciência deve ser orientada pelo bem social, e que isso deve ser a premissa básica para quem deseja seguir a carreira científica no Brasil.

 

Qual a sua pesquisa atual e no que ela pode contribuir para a educação no contexto brasileiro?

Minha pesquisa atual fundamenta-se na inserção da avaliação formativa no processo de ensino e aprendizagem. Basicamente, a avaliação formativa auxilia o aluno a se tornar mais independente e se autoavaliar com relação ao aprendizado, dando a possibilidade ao aluno de entender os critérios de qualidade do seu trabalho, agindo sobre as lacunas de conhecimento.

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