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Em foco:
Observatório Nacional

Ana Laura Lima de Barros,  Lidiane Xavier Lírio

Graduandas do curso de Farmácia (UFSJ-CCO)

v.2, n.11, 2024
Novembro de 2024

O Observatório Nacional (ON) (Figura 1) é uma instituição brasileira de pesquisa, ensino e serviços tecnológicos localizada na cidade do Rio de Janeiro [1], sendo vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) [2] e considerada uma das instituições científicas mais antigas do país. Possui como função principal o monitoramento das variações do campo magnético, facilitado por sua localização estratégica, para assim conseguir informações sobre o interior do planeta Terra [2]. Responsável principalmente por pesquisas e estudos nas áreas de astronomia, astrofísica e geofísica, o ON ainda oferece cursos de pós-graduação com mestrado e doutorado nas áreas mencionadas [3].

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Sua fundação remete à época colonial pois, de acordo com o Padre Serafim Leite, em 1730 os jesuítas instalaram um observatório no Morro do Castelo no Rio de Janeiro [1,3]. Naquele mesmo lugar em 1780, os astrônomos portugueses Sanches d’Horta e Oliveira Barbosa montaram um observatório, passando a realizar com maior frequência suas observações de astronomia e magnetismo terrestre. No entanto, com a vinda da família real para o Brasil em 1808, os arquivos desse observatório foram transferidos para a Academia Real Militar [1,3].

 

Apenas em 27 de setembro de 1827 foi autorizada pela Assembleia Geral Legislativa do Império, a criação de um Observatório Astronômico, sendo decretada a sua inauguração em 15 de outubro de 1827 pelo então Imperador D. Pedro I. Situado nessa época no terrão da Escola Militar, o observatório pouco progrediu, até que em 1846 teve seu primeiro Regulamento aprovado por decreto, sendo transferido em 1850 para as instalações de uma igreja no Morro do Castelo pelo professor Soulier de Sauve, da escola militar. Em 1871 o observatório foi retirado da administração militar, devido ao desmembramento da Escola Militar, passando a dedicar-se exclusivamente ao estudo e pesquisa da astronomia, meteorologia e geofísica [1].

 

No início do século XX, após uma série de estudos conclusivos, o ON começou a ser transferido para o morro de São Januário. Essas mudanças significativas, iniciadas em 1871, foram fortemente influenciadas pela administração de Emmanuel Liais, que supervisionou a remodelação do observatório durante seus dois mandatos como diretor. Com a adição dos estudos, em 1885, foi criado o primeiro volume de uma revista científica que garantia que a população tivesse acesso às informações das análises realizadas, dando início a primeira revista científica do país [4].

 

Foi na gestão de Henrique Morize, o maior introdutor da física experimental no Brasil, que foi possível ver as grandes transformações tanto no estado quanto na instituição. Uma dessas mudanças foi a transferência definitiva para o morro de São Januário, em São Cristóvão. Já em 1909, o nome do observatório foi consolidado como Observatório Nacional, passando a realizar, dentre outras atividades, a previsão do tempo para finalidades diversas. O crescimento da cidade desencadeou um aumento nos estudos científicos e o ON se tornou um núcleo polarizador em eventos para a elite, estabelecendo firmemente a Ciência como impulsionadora de um projeto civilizatório [4].

 

Até os dias atuais as tarefas do Observatório são relacionadas a estudos, pesquisas e a manutenção do horário legal brasileiro (lei de 1913) [4]. Apesar de mais de um século de turbulentas transformações, o ON permaneceu fiel à sua missão, continuando a oferecer seus serviços ao Brasil.

[1] Brasil. Observatório. Disponível através do link: https://www.gov.br/observatorio/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/historico#:~:text=Segundo%20o%20Padre%20Serafim%20Leite,cidade%20do%20Rio%20de%20Janeiro . Acesso em: 05 nov. 2024.

[2]  Brasil. MCTI. Disponível através do link: https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/noticias/2020/10/mncti-observatorio-nacional-apresenta-sua-historia-para-sociedade-brasileira. Acesso em: 05 nov. 2024.

[3] Wikipedia. Observatório Nacional. Disponível através do link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Observat%C3%B3rio_Nacional. Acesso em: 05 nov. 2024.

[4] BN Digital. Observatório Nacional. Disponível através do link: https://bndigital.bn.gov.br/dossies/rede-da-memoria-virtual-brasileira/ciencias/observatorio-nacional-rj/. Acesso em: 05 nov. 2024.

Referências Bibliográficas

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