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Desvendando Supernovas: Mário Schenberg e a Jornada do Nascimento à Explosão

Ana Luisa de Moura e Silva¹, Jéssica Thaianny Ferreira Souza², Laís Leandra Rodrigues de Moura², Letícia Gabriela Rocha Cunha², Milene Kamela da Silva Alves² 

¹Graduanda do curso de Enfermagem (UFSJ CCO)

²Graduandas do curso de Farmácia (UFSJ CCO)

v.2, n.5, 2024
Maio de 2024

Mário Schenberg (Figura 1), natural de Recife, Pernambuco, onde iniciou sua jornada acadêmica, foi para São Paulo para dar continuidade aos seus estudos na Escola Politécnica de São Paulo e em 1935 se graduou em engenharia elétrica [1]. Ele era um cientista brasileiro, renomado político, crítico de arte e físico, e deixou um legado notável na área da ciência chamada, cosmologia, e também na filosofia da ciência. Entre os muitos temas que abordou em sua carreira, um dos mais fascinantes é a explosão das estrelas, um fenômeno cósmico (evento grandioso que acontece no universo), de proporções épicas que cativou a mente dos cientistas e curiosos ao longo da história [2]. 

Ao longo de seus estudos e viagens, Schenberg conheceu e pode trabalhar com inúmeros cientistas importantes, dentre eles George Gamow, o qual teve papel de destaque para o desenvolvimento de um projeto chamado “efeito Urca”.  O  nome  Urca  vem  de  um  cassino que existiu no Rio de Janeiro, em que George Gamow fez uma comparação entre a perda de energia do núcleo da supernova, (uma explosão estelar espetacular que ocorre no final da vida de uma estrela), e a perda do dinheiro durante a visita ao cassino [1]. Essa contribuição, que consegue explicar a trajetória de uma estrela desde o seu nascimento até a sua morte espetacular, é um dos processos mais intrigantes do universo e Mário Schenberg contribuiu significativamente para a compreensão desse fenômeno complexo [2].

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Conforme o site da NASA, as estrelas surgem de uma junção de gás e poeira e, à medida que acumulam matéria e força gravitacional (força de atração entre as partículas de gás e poeira que se acumulam para formar estrelas - que aumenta conforme acumula a matéria), essas partículas internas vão colidindo, se chocando, e isso eleva a temperatura e a pressão. Ao longo de milhões de anos, temperatura e pressão se elevam ao ponto de iniciar um processo chamado fusão nuclear em que o núcleo do átomos de hidrogênio se comprimem formando o elemento químico hélio. Tal fenômeno irradia energia sob a forma de luz e fornece o combustível necessário à vida da estrela, prevenindo o seu colapso [3]. Dessa forma, quando a energia disponível no núcleo se esgota, ou seja, não há mais hidrogênio para se converter em hélio, as matérias começam a se unir e o núcleo entra em colapso. Nesse ponto, a fase final da estrela depende de sua massa. No caso do sol, por exemplo, quando ele morrer, ocorrerá a expansão para além de seu tamanho original e ele engolirá planetas próximos.

No artigo Neutrino Theory of Stellar Collapse, de 1941, é explicado que durante o colapso estelar da supernova, os neutrinos, partículas subatômicas extremamente pequenas e neutras, são gerados em quantidades enormes no núcleo estelar e se propagam rapidamente em direção às camadas mais externas da estrela. Nesse processo, os neutrinos efetivamente roubam calor do núcleo estelar, resultando na diminuição da pressão na região central da estrela. Essa diminuição de pressão é crítica, ao induzir o colapso gravitacional das camadas externas em direção ao centro, desencadeando assim a explosão estelar [4]. Neste colapso, a supernova cria ondas de choque que detonam a camada externa da estrela em uma explosão espetacular. O que resta depois é um núcleo extremamente denso, com uma nuvem de gás quente em expansão conhecida como nebulosa. Em casos extremos, uma supernova pode deixar para trás os objetos mais densos do universo: os buracos negros [5].

Em síntese, o impacto duradouro de Mário Schenberg no estudo das explosões estelares, em conjunto com as contribuições de cientistas como George Gamow, impulsionou importantes avanços na cosmologia e na filosofia da ciência. A jornada cósmica, desde a concepção de uma estrela até o espetáculo final de sua supernova, revela uma narrativa complexa de processos como a fusão nuclear e o colapso gravitacional. Compreender tais fenômenos não apenas enriquece nosso entendimento do universo, mas também nos incita a reflexões profundas sobre a natureza da vida, da matéria e da vastidão cósmica. A pesquisa contínua nessa área promete desvendar mais enigmas cósmicos, expandindo ainda mais nossa visão do incomensurável e fascinante cosmos que habitamos.

Referências Bibliográficas

[1] Salinas SRA. O cientista e político - Mario Schenberg. Estudos Avançados, São Paulo, v. 29, n. 84, p. 377 - 380, ago./2015. Disponível através do link:  https://doi.org/10.1590/S0103-40142015000200024. Acesso em: 07 mai. 2024. 

[2] Hamburger AI. Dois tectos de Mário Schenberg. Estudos Avançados, São Paulo, v. 16, n. 44, p. 215 - 218, abr./ 2002. Disponível através do link: https://www.scielo.br/j/ea/a/knrRP64ZLtjtcHnwNRpRGzd/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 07 mai. 2024. 

[3] NASA. Star Basics. Disponível através do link: https://science.nasa.gov/universe/stars/. Acesso em: 07 mai. 2024.

[4] Gamow G. et al. Neutrino Theory of Stellar Collapse. Physical Review, v. 59, n. 7, p. 539 - 547, abr./1941. Disponível através do link: https://doi.org/10.1103/PhysRev.59.539. Acesso em: 07 mai. 2024.

[5] NASA SCIENCE SPLACE PLANCE: Explore Earth and Space! . What is a Supernova?. Disponível através do link: https://spaceplace.nasa.gov/supernova/en/. Acesso em: 07 mai. 2024.

[6] SUPERINTERESSANTE. Mário Schenberg. Disponível através do link: https://super.abril.com.br/historia/mario-schenberg-o-renascentista-da-ciencia-brasileira. Acesso em: 07 mai. 2024.

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